Ao nos referirmos a um agente apropriado, em
especial no cenário bíblico, em passagem que narra o tempo em que os filhos de
Israel se tornaram escravos no Egito, após a morte de José, estaremos apontando
para aquele que politicamente era o mais capacitado para sê-lo: Moisés. Ele
havia se tornado um mito político por sua trajetória de vida e por reunir em si
vários outros atributos que lhe eram peculiares. Moisés foi uma escolha
estratégica do próprio Deus para reivindicar a libertação e a emancipação
política e social daquele povo. Vale destacar que, certamente, entre o povo de
Israel existiam homens de bem, dispostos e talvez até tementes, mas que não
dispunham de chancela, sobretudo política, que os habilitasse para aquele
determinado projeto, ou seja, ter acesso ao Faraó para defender a causa do povo
hebreu sem sofrer danos.
Provavelmente, naquela época, qualquer outra pessoa
não conseguisse sequer se aproximar da porta do palácio real; que dirá entrar.
Certamente seria detida ou até mesmo morta. É claro que jamais podemos
desconsiderar a proteção Divina que estava sobre Moisés, porém, existiam outros
fatores de natureza terrena, social e política a serem considerados: "(...)
também o homem Moisés era mui famoso na terra do Egito, aos olhos dos oficiais
de Faraó e aos olhos do povo". (Êxodo 11.3) Moisés era, de fato,
apropriado e credenciado para representar seu povo junto ao governo egípcio.
Observe que, aparentemente, nada ocorreu por acaso;
digo, havia um projeto predefinido em que, providencialmente, Moisés foi
preparado para cumprir uma missão: libertar seu povo e transformá-lo em nação.
Quando, no exercício da cidadania, votamos e elegemos
uma pessoa, estamos confiando, credenciando e lhe dando acesso para que ela
tenha prerrogativas de nos representar junto ao poder público.
Por dias melhores.
Fonte: Folha Universal
Carlos
Oliveira
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