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Deputado quer criminalizar Bíblia

Deputado Jean Wyllys/PSOL-RJ

O texto abaixo foi extraido do site www.baguete.com.br e foi escrito pelo jornalista Janer Cristaldo ...

 Defendo o sagrado direito de qualquer pessoa não gostar de árabes ou muçulmanos, de homossexuais ou heterossexuais, de negros, brancos, amarelos ou azuis. Não gostar é direito de cada um. O que não se admite é desrespeitar alguém por questão de religião, pele ou preferência sexual. Com uma nuança: me reservo o direito de crítica a religiões. Criticar não é desrespeitar.
 
Em meio a isto, está surgindo no Brasil um movimento que pretende proibir qualquer pessoa de não gostar de homossexuais. Há horas venho afirmando que a militância homossexual, que pretende proibir qualquer crítica ao homossexualismo, mais dia menos dia iria tropeçar com a Bíblia. Aconteceu.

Um  projeto de lei anti-homofobia pretendeu proibir toda e qualquer crítica ao homossexualismo. Ora, o Levítico é claro: homossexuais devem ser mortos. Proibir críticas ao homossexualismo significa proibir a Bíblia. Verdade que há uma brecha: se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher. Quanto às lésbicas, nada contra. Profitez-en, jeunes filles!

A senadora Marta Suplicy, que não abre mão do voto dos crentes, abriu uma exceção ao projeto de lei. Nos templos, seria permitida a condenação do homossexualismo. Com isto deixa claro que, fora dos templos, qualquer crítica ao homossexualismo está sujeita às penas da futura lei. Se um padre ou pastor ler o Levítico em um templo, tudo bem. Se ler em praça pública, cadeia nele.

Quem está patrocinando esta tal de legislação anti-homofóbica, como também o malsinado kit anti-homofobia, é o PT e adjacências. E só podia ser. Com a queda do muro de Berlim e o desmoronamento da União Soviética, as viúvas do Kremlin, saudosas da finada luta de classes, criaram agora outros conflitos. Se você for pesquisar os arquivos de jornais – e eu fiz esta pesquisa – verá que na década de 90 a palavra racismo se multiplica por mil na imprensa. Se a luta de classes obsolesceu, vamos agora jogar raça contra raça. Se isto não bastar, jogamos sexo contra sexo. Sem lutas, a Idéia – como se dizia no início do século passado – não avança.

O baiano Jean Wyllys de Matos Santos, que se elegeu deputado pelo PSOL graças à sua exposição no programa "Big Brother Brasil", vai mais longe. Nesta segunda-feira, em entrevista à Folha de São Paulo, falou sobre sua decepção com a suavização do projeto que trata da criminalização da homofobia. "Sabe o que é inaceitável? São as igrejas, por exemplo, financiarem programas de recuperação e de cura de homossexualidade. E o pastor promover esse tipo de serviço nos seus cultos. Homossexualidade não é doença."

Claro que não é. Mas vá alguém convencer um pastor que não é doença! A Bíblia vai mais longe. Não é doença, é abominação. É normal que o pastor, em seu imenso amor pela humanidade - e pelos dizimos -, queira curar os doentes da abominação. Jean Wyllis quer que toda igreja que prega cura dos gays na TV seja punida. Eleito pela participação em um medíocre programa televisivo – aliás, qual não é medíocre? – o deputado sabe muito bem do que fala. Para um público de templo, o pastor pode pregar à vontade. O que não pode é pregar para um público de televisão.

- As religiões têm liberdade – diz o parlamentar -. Está na Constituição. Os pastores são livres para dizer no púlpito de suas igrejas que a homossexualidade é pecado, já que assim o entendem. Entretanto, eu não acho que os pastores que estão explorando uma concessão pública de rádio e TV tenham que aproveitar esses espaços para demonizar e desumanizar uma comunidade inteira, como a comunidade homossexual.

Só porque a concessão é pública, os pastores devem ser censurados. Considero uma doença considerar homossexualismo como doença que deva ser tratada. Mas o que o deputado está afirmando, no fundo, é que a Bíblia pode ser lida nos templos. Mas não na televisão.

- Se incitarem a violência por meio de um entendimento de que a homossexualidade é uma degeneração, uma abominação, uma doença, um pecado grave e mortal, aí tem que ser enfrentado. E tem que ter uma lei que preveja esse tipo de crime.

O deputado quer criminalizar a Bíblia. Não pelos massacres que Jeová ordena, mas por questões menores, tipo comportamento sexual. Não vai ser fácil.


Fonte: Site www.baguete.com.br / Jornalista Janer Cristaldo

Veja também a entrevista do Deputado Jean Wyllys ao site Sul21clique (aqui)

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