O Estado Democrático de Direito é, em tese, o
melhor e mais propício ambiente político para se tentar promover os ajustes
sociais e fazer com que os interesses comuns da coletividade sejam alcançados.
O que não significa afirmar que os anseios e necessidades da comunidade, mesmo
no regime democrático, acontecerão naturalmente por si sós! Somente pessoas
dotadas do verdadeiro espírito público possuem a condição de representar o
desejo da coletividade. Esses agentes aos quais nos referimos, e em quem deve
haver esse espírito, são tanto os candidatos e candidatas aos cargos eletivos,
como os eleitores e eleitoras. Os de espírito público sempre fazem política
visando ao bem do próximo. Por outro lado, os que não possuem esse espírito
visam apenas a tirar proveito da política para atender a seus próprios
interesses. Os textos bíblicos retratam vários personagens que sintetizam o
significado do espírito público, mas citarei apenas três exemplos:
Moisés – Abriu mão da condição política de príncipe
herdeiro do trono do Egito e abraçou a causa do povo hebreu.
Gideão – Um Anjo lhe apareceu e disse: "O
Senhor é contigo". Imediatamente ele demonstra seu espírito público e
preocupação para com todos de sua terra, sugerindo ao Anjo que Deus não apenas
fosse com ele, mas com todo o povo. "(...) O Senhor é contigo, homem
valente. Respondeu-lhe Gideão: (...) Se o Senhor é conosco, por que nos
sobreveio tudo isto?" (Juízes 6. 12, 13)
Daniel – "Então o mesmo Daniel sobrepujou a
estes presidentes e príncipes, porque nele havia um espírito excelente; e o rei
pensava constituí-lo sobre todo o reino." (Daniel 6. 3)
As cidades necessitam de pessoas com espírito
público e que estejam comprometidas em fazer o bem para o povo.
Por dias melhores.
Carlos Oliveira
Fonte: Folha Universal – Edição 1040
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